sábado, 20 de março de 2010

O JORNALISMO NA ERA DIGITAL.

Por: Harlen Ronald

O web-repórter Fábio Lima, do Cidadeverde.com defende que "o repórter online não tem pauta. Ele tem todas as pautas do mundo”



BA
TE-PAPO JORNALÍSTICO

Enquanto algumas profissões seguem à risca o ditado que diz que a pressa é inimiga da perfeição”, o jornalismo digital busca unir estes dois conceitos, atuando de forma rápida e objetiva e, ao mesmo tempo, verificando com cuidado os fatos, a fim de fornecer noticias de qualidade.
Em um bate-papo papo com os estudantes do 6º período de Jornalismo da Faculdade Ceut, o repórter Fábio Lima. do portal Cidadeverde.com, fala sobre sua história de mais de sete anos na profissão jornalística, passando por jornais impressos e pelos portais teresinenses, e revela uma visão construtiva acerca do papel e do modo de atuação do jornalismo online na atualidade.
PROFISSÃO REPÓRTER
Uma das diferenças apontadas entre o jornalismo digital e as demais áreas da comunicação é que, segundo Fábio, “o repórter online não tem pauta. Ele tem todas as pautas do mundo”, por isso, é comum, para este tipo de profissional receber, durante a madrugada, ligações de suas fontes, avisando sobre crimes ou acidentes de trânsito, fatos que podem e precisam ser noticiados.
Ao acordar, Fábio verifica todos os e-mails e ligações perdidas, em busca de uma possível sugestão de pauta.
A equipe com que Fábio Lima trabalha interage com o núcleo televisivo da empresa. Existem casos em que os repórteres online apuram as notícias veiculadas pelo jornal, o que torna ainda mais intenso o ritmo de trabalho na redação, ao ponto de os entrevistados ficarem surpresos.
“Muitas vezes, precisamos interromper a conversa e fazer com que os entrevistados retomem o assunto principal, para que não haja rodeios”, afirma Fábio.
O FLASH NA WEB.

No jornalismo digital, a pressa é elemento inerente e o repórter precisa usar estratégias que permitam a construção da matéria na hora em que o fato está acontecendo. O flash, por exemplo, ainda hoje é uma ferramenta muito usada no rádio e na televisão. Quando é preciso noticiar um fato em tempo real, o repórter que presencia o fato liga para o estúdio e faz uma transmissão ao vivo. Atualmente, os jornais online também utilizam este recurso. A equipe do portal em que Fábio atua consegue produzir boas matérias, utilizando o flash, mas o jornalista afirma que isso só acontece graças ao entrosamento que os repórteres conseguiram durante os três anos de trabalho em conjunto.


Quando não é preciso fazer um flash, o repórter constrói a noticia durante a ocorrência do fato. A intensidade da rotina produtiva fez com que Fábio se acostumasse a produzir matérias em tempo real, acelerando o processo de publicação.
No entanto, na tentativa de produzir o mais rápido possível, o jornalista online, comete erros que vão desde a ortografia até a apuração de fatos e fontes. Nesses casos, é necessário refazer a matéria e informar ao público quais foram esses erros.
CONTROL C, CONTROL V
O uso da clipagem na construção das matérias online (o famoso “control c, control v”) ainda é muito comum, pelo menos nos portais teresinenses. Fábio relata que, principalmente no meio político, existem pessoas que tentam “plantar noticias”.
Nessas horas, é necessário apurar os fatos e consultar fontes seguras, pois, se o repórter não procura obter a certeza do que está publicando, acaba produzindo notícias fantasiosas.
DE VOLTA AOS IMPRESSOS?
“Só se fosse para trabalhar como colunista”. Fábio diz que não encontrou no jornal impresso a possibilidade de usar todo o seu potencial jornalístico, pois o espaço que o meio oferece é pequeno, comparado ao volume de informações que o jornalista queria publicar. Além disso, o repórter de impresso precisa entregar as matérias antes que o jornal comece a ser confeccionado, enquanto o meio digital nunca fecha suas editorias.
Na opinião de Fabio Lima, os jornais impressos piauienses precisam se reformular e aproveitar a existência dos novos meios de comunicação. Há pautas que, exceto casos raros, não são bem aproveitadas pelos jornalistas online, principalmente por causa do ritmo acelerado das redações dos portais.
“Essa lacuna precisa ser preenchida pelos jornalistas de impressos. Eles têm que dirigir sua produção ao público que gosta de ler bons textos”, diz o jornalista.


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