sexta-feira, 26 de março de 2010

Ex-presidiários precisam de apoio

Por Cybelle Moreira
O assunto abordado neste espaço deve gerar polêmica, críticas e opiniões contrárias.
A inclusão social pressupõe a integração ou reintegração na sociedade daqueles que, por razões diversas, encontram-se em um contexto de pouca qualidade de vida. Ela existe na prática mas depende da permissão da sociedade Dou como exemplo: o ex-presidiário.




Se a sociedade der uma chance de reintegrar o indivíduo que depois de ter cumprido sua pena e vivido o sistema de reeducação prisional (por sinal bastante precário e humilhante), nós cidadãos estaríamos dando uma chance de outras pessoas recomeçarem sem ter a necessidade de cometer novamente outros ilícitos.

Quando a sociedade dá uma nova chance a um ex-presidiário, coloca-se numa espécie de "sinuca de bico", pois ao mesmo tempo em que acredita-se que exista a possibilidade da reintegração, também há o receio de colocá-lo em nossas casas ou empresas e eles cometerem os mesmos erros; também estamos cientes que, se essa chance não é dada, existe a probabilidade maior de que esse mesmo individuo volte a cometer novos crimes.

Segundo o Instituto Ethos, a desigualdade social e a má distribuição de renda aumentam as altas taxas de delinqüência e criminalidade em nosso país. Por isso, o sistema prisional brasileiro está no limite. Tem capacidade para abrigar 299 mil presos mas acolhe, hoje, 470 mil pessoas, de acordo com o Departamento Penitenciário Nacional.

Quarenta e cinco por cento da população carcerária não têm o ensino fundamental completo. Este fato, agregado ao preconceito, torna a continuidade no crime a única “opção” para o ex-detento. Por isso, a taxa de reincidência criminal no país chega a 70%, uma das mais altas do mundo. Outro dado impressionante: há 550 mil mandatos de prisão a cumprir. São números que nos forçam a rever os conceitos sobre a segunda chance para o ex-presidiário, uma maneira simples de colocá-los em estatísticas bem positivas.

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