quinta-feira, 22 de abril de 2010

O mundo se rende aos (d)eficientes



“O meu maior prazer é estar podendo competir com todas as outras concorrentes. Eu agradeço a meu Estado e a todos que acreditaram em mim”. Com essas palavras Vanessa emocionou a todos, quando entrou no palco do Miss Brasil em 2008 e se tornou a primeira deficiente auditiva a competir no evento.

Quem acreditaria que uma pessoal com necessidades especiais poderia competir em um evento tão formal e lotado de regras entre as quais a perfeição é quase um pré-requisito? Aos que não acreditaram, um lamento. Se pudermos ter uma noção de quanto um deficiente tem a sensibilidade de poder se relacionar com as pessoas tão contiguamente, faríamos qualquer coisa pra que eles estivessem junto a nós. O intuito de um deficiente sem dúvida alguma nos mostra que as pessoas são feitas, como sugere a máxima cristã, para ajudar umas às outras, sem discriminação.

O mundo parece estar acordando e reciclando velhas idéias ao passo que começa a enxergar melhor as virtudes em relação aos deficientes: estão sendo abertas portas para que eles possam desfrutar os prazeres da vida como pessoas comuns, prazeres que antes só “sadios” podiam desfrutar. E todos enxergaram não só em Vanessa, más no humorista Geraldo Magela, “O Ceguinho”, em Oscar Pistorius (foto) o atleta sul-africano que corre com próteses, e em pessoas com síndrome de Down a vontade em poderem estar no mundo das pessoas ditas normais.

Vale ressaltar que o mundo também ajuda não só com idéias, mas também com uma mudança estrutural para poder receber melhor os portadores de necessidades especiais. Por exemplo, a cidade de Teresina há um dois anos vem passando por uma reforma geral em suas estruturas físicas e construções que visam acessibilidade, inclusão e o conforto de todos os deficientes em geral. Nas faculdades, nas escolas, ambientes públicos, em transportes coletivos... Sem dúvida alguma o mundo está se rendendo (ou despertando) para a (grande) força de vontade dos deficientes.

Honrosamente, se falarmos de deficientes temos que falar dos Jogos Paraolímpicos que são exemplos em larga escala de sua superação. Do deficiente visual ao mental, tudo pode-se apreciar e juntamente com eles torcer pela bandeira de nosso país. Emociona a muitos quando eles, de forma rutilante, estão recebendo as medalhas. Os portadores de deficiência superam todos os limites, arregaçam as mangas e vão à luta firmes e fortes e, de quebra, sensibilizam o mundo, conquistando a medalha de honra.